sábado, 1 de novembro de 2014

E fez-se a Luz!


Aberta ao público em 1901, a Estação da Luz fica no Jardim da Luz, onde se encontram as estruturas trazidas da Inglaterra que copiam o Big Ben e a Abadia de Westminster: sim, a galera da época copiou os ícones ingleses! A fase áurea da São Paulo Railway Station - como era oficialmente conhecida, que chique! -  durou até o fim da Segunda Guerra Mundial. Parcialmente destruída por um incêndio em 1946, foi reinaugurada em 1951. Em 1982 o complexo arquitetônico da Estação da Luz foi tombado pelo Patrimônio Histórico.

Essa pequena descrição não dá ideia da grandiosidade do movimento da estação: interligando linhas de metrô e trem, uma estação praticamente vazia transforma-se num mar de gente em segundos.


É um vai-e-vem alucinado: pessoas correndo pressionadas pelo horário, travestis aguardando potenciais "clientes", pedintes, ensaios fotográficos com modelos deslumbrantes no meio do rush - e ninguém dá bola! - fazem parte do cenário. 


No saguão principal há um piano, disponível para quem quiser tocar. Um senhor de aparência humilde senta-se ao piano e começa a dedilhar um pequeno solfejo, com apenas dois dedos. Alguém para, elogia e incentiva. Ele explica que aprendeu o que sabe ali, "de ouvido". Os dois dedos calejados continuam a bater nas teclas... 


De repente, surge um artista, pedindo para desenhar a Iara, por cinco reais, em quatro minutos. Diz que precisa de dinheiro para pegar o trem e é só o que pode oferecer em troca. Mostra alguns esboços muito bonitos, elogia sua candidata a modelo e ela cede. Quatro minutos depois - e cinco reais a menos - a Iara tem nas mãos um desenho que parece com qualquer uma, menos com ela... o cara era, realmente, um artista!




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