Aberta ao público em 1901, a Estação da Luz fica no Jardim da Luz, onde
se encontram as estruturas trazidas da Inglaterra que copiam o Big Ben e a
Abadia de Westminster: sim, a galera da época copiou os ícones ingleses! A fase
áurea da São Paulo Railway Station - como era oficialmente conhecida, que
chique! - durou até o fim da Segunda
Guerra Mundial. Parcialmente destruída por um incêndio em 1946, foi
reinaugurada em 1951. Em
1982 o complexo arquitetônico da Estação da Luz foi tombado pelo Patrimônio
Histórico.
Essa pequena descrição não dá ideia da grandiosidade do movimento da
estação: interligando linhas de metrô e trem, uma estação praticamente vazia
transforma-se num mar de gente em segundos.
É um vai-e-vem alucinado: pessoas
correndo pressionadas pelo horário, travestis aguardando potenciais
"clientes", pedintes, ensaios fotográficos com modelos deslumbrantes no
meio do rush - e ninguém dá bola! - fazem parte do cenário.
No saguão principal
há um piano, disponível para quem quiser tocar. Um senhor de aparência humilde
senta-se ao piano e começa a dedilhar um pequeno solfejo, com apenas dois
dedos. Alguém para, elogia e incentiva. Ele explica que aprendeu o que sabe
ali, "de ouvido". Os dois dedos calejados continuam a bater nas
teclas...
De repente, surge um artista, pedindo para desenhar a Iara, por cinco
reais, em quatro minutos. Diz que precisa de dinheiro para pegar o trem e é só
o que pode oferecer em troca. Mostra alguns esboços muito bonitos, elogia sua
candidata a modelo e ela cede. Quatro minutos depois - e cinco reais a menos - a
Iara tem nas mãos um desenho que parece com qualquer uma, menos com ela... o
cara era, realmente, um artista!
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