Nosso último dia em Salvador nos reservou uma caminhada
pela orla, apreciando a paisagem e curtindo as últimas horas na capital baiana.
À hora do almoço, um restaurante agradável - o Barravento - nos serviu a última
refeição na cidade: um prosaico filé de pescada amarela com molho de camarão. Prosaico
é o escambau: aquilo tinha um sabor indescritível! Não resisti e fui até a
cozinha conhecer quem tinha produzido aquela maravilha.
Chef Amaro nasceu numa família
humilde no interior da Bahia, filho de D. Carlota, uma mulher que, segundo ele,
tornava uma iguaria até areia de rio. Incentivado pela mãe, desde cedo
interessou-se pela cozinha. O estímulo dela tinha sempre um fundamento: as
pessoas podem deixar de fazer tudo, menos comer. Se souber cozinhar bem, jamais vai passar fome. Nunca fez outra coisa na vida. Depois de cinquenta anos de
trabalho, Amaro ainda tem prazer em entrar na cozinha. Com a bagagem de quem já
correu o mundo trabalhando em transatlânticos, proclama: não existe nada igual
ao cheiro da cozinha baiana. Axé, chef Amaro!
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