O almoço não descia direito. Por mais que mastigasse, a comida não descia. Algo não estava certo. Eu suava frio e tinha uma leve palpitação, embora o restaurante servisse um almoço muito bom e tivesse uma climatização adequada. Demorei um pouco a me dar conta: eu estava prestes a passar pela prova de fogo da viagem: aproximava-se a hora do bondinho do Pão de Açúcar! Tenho fobia aguda de altura e sofro de cagacite congênita. Como é que eu vou subir naquele troço?
A turma entrou na van feliz da vida, excitados com a perspectiva do passeio: argentinos falando inglês, ingleses arranhando espanhol, o guia falando algo ininteligível que ninguém entendia, uma beleza! E eu, mudo. Estufei o peito, tirei coragem sei lá de onde e me decidi: se for prá morrer de fobia - morre-se disso? - que seja no bondinho do Pão de Açucar, em alto estilo, reportagem no Jornal Nacional, com direito a obtuário do Wiliam Bonner!
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É agora que eu morro! |
Mas não é que a desgraça passou, o passeio foi fantástico e eu até filmei a paisagem daquela encrenca viajando no espaço que nem avião sem asas?
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No fim, só alegria! |
O que a gente não faz por amor à Iara Bravo!
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