segunda-feira, 8 de abril de 2013

O retorno

Tudo bem: embarcar num avião para uma semana de descanso, faceiro e cheio de planos, e voltar sentado numa cadeira de rodas não é o melhor dos finais de história. Mas é preciso avaliar as coisas pela sua ótica real. 


Primeiro, voltei! Várias pessoas da área médica que me atenderam disseram que eu tive muita sorte. Eu chamo isso de anjos da guarda em ação... obrigado!

Segundo, a cadeira de rodas é provisória: um porre necessário (ainda bem que ela existe!), mas provisória. 

Terceiro, a viagem, os lugares, as pessoas, tudo foi maravilhoso, e um fato isolado, embora importante, não pode deslustrar essa experiência. 

Por último, vivo um momento ao mesmo tempo frágil e doce: impedido de fazer a maioria das coisas, tenho sempre alguém por perto disposto a fazê-las, um interessantíssimo exercício de tolerância comigo mesmo e de gratidão para com os outros. A isso chamamos aprendizado. 

Mas ainda acho que isto é praga do Usain Bolt, que fugiu de mim naquela prova dos 150m em Copacabana. Medrou mesmo, que máscara! 

domingo, 7 de abril de 2013

A espera

Nossa ideia sempre foi conhecer melhor o aeroporto do Rio de Janeiro, porque nas vezes em que passamos por aqui estávamos em trânsito. Mas desta vez ainda não seria possível, porque quem não conseguia ficar em trânsito era eu! 

Dois carrinhos com malas...
Havíamos solicitado serviço especial na Gol informando da necessidade de cadeira de rodas para um dos passageiros. Embora tivéssemos chegado muito antes do horário do check-in no aeroporto, meu veículo já estava à minha disposição. Assim, enquanto aguardávamos, nossa atividade resumiu-se a leitura de jornais e revistas, café e notebook - sem internet, porque há trocentas redes de wi-fi, todas com preços exorbitantes. 

O início do fim


 Sábado, 16 horas, toca a campainha: Dona Nilda veio buscar as chaves, conferir se não destruímos nada e fechar o apartamento. Parecia meio chateada, como se tivesse alguma parcela de culpa no que havia acontecido comigo. Sorrimos e brincamos para distensionar,  mas acho que minhas dores e a preocupação da Iara comigo nos traíram. Malas fechadas, descemos para pegar um táxi, única solução de transporte para este poliralado... 


O Rio de Janeiro deve ter mais táxi do que gente, já havíamos percebido isso. Cidade turística tem dessas coisas. Mal a Iara saiu na rua e levantou o braço, parou um deles. Amauri era uma figura: negociou a corrida, contava causos, fazia piadas de gaúcho e em seguida pedia desculpas (e continuava fazendo), nos divertiu muito no trajeto até o aeroporto. Deveria durar mais de uma hora, levou 25 minutos, porque o trânsito estava muito tranquilo. Temos mais de três horas até o embarque.  

Voo solo

Minha pouca prática me colocou de molho pelos últimos dois dias da nossa viagem. Sobrou para a Tia Iara cumprir uma pequena parte do nosso roteiro em voo solo. Como ela o-de-ia passear na beira da praia fazendo fotos e se enfurnar em feiras de artesanato, ela foi garbosamente para o sacrifício.


Nem a chuva segura...


Sonho de consumo: um apartamento nesse prédio aí atrás.

Faixa de areia escultural


Lazer ou falta do que fazer?


Pesca ou liturgia?

Delírio da Tia Iara!




Susto!


O destino nos reserva coisas inesperadas que sempre terminam em experiências instigantes. Chegamos no Rio de Janeiro dispostos a fazer um roteiro turístico que fora planejado em cada detalhe. E a expectativa em cumprir este programa dependia muito das condições meteorológicas, mas a previsão do tempo não nos animava. Assim, tratamos de nos adaptar desde que chegamos.
Mas há alguns acontecimentos que fogem ao nosso controle. Ao atravessar a avenida, de bicicleta, numa faixa de segurança, um segundo de dúvida: 

E agora, vou ou não vou? Fui!

Hora errada, lugar errado e lá vem uma moto. Resultado:


Socorrido pelos bombeiros Sandro e Thaise, (no Rio a SAMU é coordenada pelos bombeiros) fomos conhecer um local que não estava no programa: o Hospital Municipal Miguel Couto. Cinco horas depois saímos com algumas radiografias e receitas embaixo do braço e o diagnóstico do Dr. Fabrinny: duas fraturas, uma ruptura de ligamentos, uma luxação severa, vários hematomas de todos os tamanhos pelo corpo e uma descrição engraçada dos cariocas: um poliralado ! Previsão: Um tempão sem poder andar e mais um tempão fazendo fisioterapia. Fim de passeio para mim, o negócio agora é curtir a cama, a televisão e a internet...

sábado, 6 de abril de 2013

Forte de Copacabana


Entrada da casamata dos canhões

Em 1908, foi iniciada a instalação do Forte na Ponta da Igrejinha, que separa as praias hoje conhecidas como Ipanema e Copacabana. O Forte de Copacabana foi inaugurado em 28 de setembro de 1914, pelo então Presidente da República Marechal Hermes da Fonseca.

Sua construção em forma de casamata foi um desafio à engenharia militar. As paredes externas voltadas ao mar, de 12m de espessura, acolhe canhões alemães assentados em cúpulas giratórias: dá medo só de olhar, imagina aquilo disparando! Foi a mais moderna praça de guerra da América Latina na época.


O lugar é estranho...

A parte interna do forte é uma coisa inacreditável, um bunker, verdadeira fortaleza. Todas as salas foram ambientadas conforme o uso da época, retratando com fidelidade o funcionamento do forte. A sensação é claustrofóbica e com muita umidade. Ficamos pensando o trabalho enorme de construir as edificações, com as técnicas disponíveis na época e em um lugar de tão difícil acesso como aquele pontal.    

Tudo isso  prá dar um tiro de canhão!

Visão militar


O programa previa uma visita ao Museu do Exército e um cafezinho no final da tarde no Café Colombo, ambos no Forte de Copacabana. Mas como o tempo não colabora muito, aproveitamos a manhã de tempo bom e a facilidade da bike alugada para cumprirmos essa parte do nosso roteiro.

Surpresa agradável

O Museu do Exército é uma exposição de objetos e cenários históricos, ligados às campanhas militares no Brasil e no exterior, principalmente na Segunda Guerra Mundial. Todos estão ambientados em estandes com um trabalho artístico bem executado e de bom gosto. Claro que ele retrata nosso exército de maneira meio ufanista, tendo inclusive uma sala dedicada exclusivamente às realizações dos presidentes militares, de Castelo Branco a João Figueiredo, durante a ditadura militar. O museu é pequeno, mas retrata muito bem essa parte da história, a seu modo. Vale a pena conhecer.

Lugar pouco conhecido e exposição competente

Vida de carioca

Nosso planejamento previa que teríamos um dia bem carioca: passeio sem compromisso, conhecendo melhor nosso entorno. E a melhor forma de fazer isso é de bicicleta. Há várias empresas que alugam bikes, desde as importadas com design e estilo - e que custam mais caro - até as do Bike Rio, um projeto bem bolado do Banco Itaú que deu muito certo. 

As magrelas são bem conservadas e custam R$ 5,00 por dia, para utilizações de até uma hora com intervalo de quinze minutos entre elas. Basta comprar via telefone um passe diário (com cartão de crédito), ir até a estação onde está a bike e ligar novamente (o telefone tem que ser o mesmo da compra) para fazer a liberação. Simples assim.
Passear por Copacabana, Leme, Ipanema, etc. é uma experiência bem legal. As pessoas não tem pressa: há muita gente caminhando, correndo e andando de bicicleta o tempo todo, indiferentes ao intenso movimento de veículos nas avenidas. Gostam de conversar e são excelentes anfitriões. 
Esse carioca era meio caladão.
Muitos cariocas tem a rotina de começar e terminar o dia na praia. Chegam cedo, correm, pedalam ou caminham, vão para ao trabalho e voltam para terminar o dia aqui. Parece perfeito, mas lembre-se: o local é turístico e o custo de vida é caro. Restaurantes, lojas, locações, tudo é mais salgado que a água do mar. Comprar um bom imóvel em Copacabana é mais caro que um similar bem localizado em Paris.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Estrelas Guia

Daniely e Graziele, junto com a musa inspiradora!
Há pessoas que parece que nasceram para fazer o que fazem. Nossa visita ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro nos reservou um encontro com duas dessas figuras maravilhosas. Daniely e Graziele nos guiaram pelos caminhos do teatro e nos deram uma aula fantástica, não somente sobre o prédio como sobre a história da arte ali representada. Uma área que tem um vocabulário muito próprio e de difícil compreensão para os não-iniciados, ambas traduziam essas expressões o tempo todo. Um inglês bem chiadinho mas bastante correto completava suas qualidades. Estagiárias de História, se formam e vão sair do Teatro este ano. Farão falta, com certeza. 

Biblioteca Nacional


Lá no início do nosso projeto de viagem, durante a seleção dos locais que gostaríamos de conhecer, a Biblioteca Nacional foi um dos primeiros escolhidos. O lugarl é um verdadeiro depositário dos documentos que retratam a cultura, particularmente a brasileira. 


Fotos, só no saguão de entrada.
Não há acesso direto ao acervo da biblioteca, colocado nos cinco andares superiores.  Documentos liberados para pesquisa e manuseio são solicitados e entregues no primeiro pavimento para consulta em até quinze minutos. Um terço do acervo está  digitalizado, e é consultado diretamente em terminais que acessam o conteúdo disponível ou pelo site www.bn.br. A Biblioteca tem mais de duzentos anos e o prédio atual mais de um século. Todo o mobiliário do local também tem mais de cem anos, a maior parte executado em aço, que a gente jura que é madeira enquanto não toca. Uma preservação fantástica, fruto de duas restaurações sofridas pelo prédio, uma nos anos setenta e outra há cinco anos atrás. 

Nas várias salas de consulta - o acervo é dividido por áreas de interesse -  é proibido fazer barulho, comer, beber e até suspirar alto! Curiosidade: em uma das salas, nas pequenas mesas numeradas, a guia nos chamou a atenção para a mesa número quatro. Era onde Oswald de Andrade sempre sentava para escrever. Se alguém ocupasse o local ele solicitava ao atendente que retirasse o intruso da sua mesa. A sumidade da cultura brasileira era um supersticioso! Pelo sim, pelo não, tinha um figura com cara de nerd sentado na mesa dele!

Por Lei Federal, qualquer publicação no Brasil deve ter pelo menos um exemplar enviado para a biblioteca, a fim de fazer parte de seu acervo. Se mais exemplares forem enviados, eles serão cedidos à outras bibliotecas que com ela mantêm convênio. Também recebem exemplares impressos dos principais jornais do mundo inteiro.

Nossa guia, Bruna, parecia uma gravação monocórdica: sabia de cor todos os nomes e todas as datas, mas se alguém fazia alguma pergunta fora do seu roteiro, ela tinha dificuldades em responder, dando a impressão que seu conhecimento era fruto de decoreba!

Teatro Municipal - bravo!



A visitação ao Teatro Municipal do Rio de Janeiro só pode ser feita guiada. A razão é óbvia: o local não é uma exposição, é muito grande e há vários locais não acessíveis aos visitantes, embora não estejam trancados. Os grupos partem de hora em hora, divididos em visitantes que entendem português e os que entendem inglês. Ela começa com um vídeo de seis minutos sobre a restauração do teatro. Os números são impressionantes: 800 dias de trabalho, mais de 300 restauradores, milhares de folhas de ouro consumidas nos revestimentos. E muitos patrocinadores de peso que derramaram muito dinheiro ali. 

Dois espetáculos!
No dia da visita, havia um ensaio no palco principal, o que nos impediu de visitar a platéia. Os camarotes e os camarins também não estão disponíveis para visitação. Ainda assim a visita foi muito interessante: entramos no mezanino - e até pudemos assistir parte do ensaio no palco - além dos foyers, terraço, galerias, bar e hall de entrada.

O que chamou a atenção durante a visita foi a eficiência de todo o serviço prestado. O ingresso não era caro - R$ 10,00 - mas o profissionalismo de todos os envolvidos no atendimento impressiona. Taí um local pronto para receber os turistas da Copa e da Olimpíada. Deu um espetáculo!

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Ônibus errado!

Não sabemos se foi sorte ou os belos olhos castanhos da Iara Bravo, mas o fato é que não havíamos tido percalços até agora na nossa incursão à Cidade Maravilhosa. Mas eis que surge uma oportunidade excitante: opera no Rio de Janeiro um serviço similar ao que a maioria das cidades europeias turísticas oferecem: um ônibus turístico, aberto, como manda o figurino - mas com uma área fechada e com ar condicionado para os mais refinados - que transita por todos os pontos turísticos da cidade, com serviços de guia em várias línguas, com horário determinado. É o City Rio. Pode-se descer em qualquer lugar, apreciar a atração do local e pegar o próximo ônibus e seguir em frente. O passaporte vale por todo o dia. 

Sonho de consumo de turista

Como já havíamos utilizado o serviço em Londres e Paris, ficamos maravilhados com a oportunidade. Compramos os passes e aguardamos, na manhã do dia seguinte, no local indicado para embarque mais próximo do nosso apartamento. Aí começaram os problemas: esperamos por quase uma hora pelo ônibus (o pessoal anunciava espera de 20 a 30min entre as viagens). Quando já estávamos quase desistindo apareceu a encrenca: Ueba! Vamos lá, agora vai! 


Vamo que vamo...ôps!

Vai é se lascar: ao subirmos no ônibus e nos acomodarmos não recebemos os fones de ouvido, que são conectados aos canais com as línguas disponíveis pelos guias, que deveriam descrever as atrações durante o percurso. Ao solicitarmos o material à atendente da empresa, recebemos apenas um seco: não tem! Nenhuma explicação, desculpa, nada! Não tem e era isso, senta e viaja. Segundo problema: acho que o motorista estava fazendo curso para piloto de Stockcar, e dirigia aquele trombolho a mil. Não parava nunca, a não ser em semáforos, e a gente não conseguia fazer uma foto! Afinal, para que servia aquela viagem, se não sabíamos onde estávamos e muito menos conseguíamos fotografar o que era interessante? 


O pessoal também não estava muito feliz...

Um serviço completamente diferente de nossa experiência européia. Depois de 20 minutos de passeio decidimos abandonar aquela barca furada. Descemos no centro da cidade e tomamos outro rumo. Fica a dica! Cuidado com esses caras!

Tanzaniano da gema

Tanzaniano da gema
No passeio de van encontramos uma figura divertida e interessante ao mesmo tempo: nosso guia, o tanzaniano Martin Nzori. No início da viagem ele nos fez um pedido inusitado: como tinha no grupo pessoas que só compreendiam inglês ou espanhol, queria utilizar somente as duas línguas para se comunicar, a fim de não perder o timming do seu trabalho. Pediu para não utilizar o português. Sorte dele que somos de um país chamado Rio Grande do Sul, metido a besta e que tem um vocabulário próprio e um comportamento peculiar: invadido durante anos por hordas de argentinos e uruguaios, aprendeu na marra a entender o espanhol. Para ele, foi a salvação da lavoura!
Martin falava pausadamente, carregando seu sotaque nas duas línguas. Chegou ao Brasil há 19 anos, depois de residir cinco anos na Dinamarca e outro tanto nos Estados Unidos. Além do espanhol e do inglês, fala mais três dialetos dos mais de vinte de seu país de origem. Era solícito na resposta às questões dos turistas e preocupado com o bem estar de todos. Quase teve um treco quando achou que tinha perdido um casal de ingleses do grupo. Conversava bastante, mas não era intrometido nem inconveniente. Considera-se um carioca, adotado pela cidade que escolheu como morada definitiva. Profissional competente, tinha um conhecimento adequado das informações necessárias ao bom desenvolvimento do seu trabalho e a simpatia necessária para bem executá-lo.

Turistas de carteirinha - a Missão

O almoço não descia direito. Por mais que mastigasse, a comida não descia. Algo não estava certo. Eu suava frio e tinha uma leve palpitação, embora o restaurante servisse um almoço muito bom e tivesse uma climatização adequada. Demorei um pouco a me dar conta: eu estava prestes a passar pela prova de fogo da viagem: aproximava-se a hora do bondinho do Pão de Açúcar! Tenho fobia aguda de altura e sofro de cagacite congênita. Como é que eu vou subir naquele troço? 
A turma entrou na van feliz da vida, excitados com a perspectiva do passeio: argentinos falando inglês, ingleses arranhando espanhol, o guia falando algo ininteligível que ninguém entendia, uma beleza! E eu, mudo. Estufei o peito, tirei coragem sei lá de onde e me decidi: se for prá morrer de fobia - morre-se disso? - que seja no bondinho do Pão de Açucar, em alto estilo, reportagem no Jornal Nacional, com direito a obtuário do Wiliam Bonner! 

É agora que eu morro!

Mas não é que a desgraça passou, o passeio foi fantástico e eu até filmei a paisagem daquela encrenca viajando no espaço que nem avião sem asas? 

No fim, só alegria!

O que a gente não faz por amor à Iara Bravo!

Turista de carteirinha - parte 2

A Vip Van tomou o caminho dos cartões postais do Rio de Janeiro. Parada 1: favela star. Tá cheio de turista enfurnado lá dentro, subindo e descendo ladeira, vivendo as emoções do lugar. Claro que a gente não entrou lá, mas ver essa imagem ao vivo dá uma certa angústia, seja em que lugar do mundo for. Não consigo entender a cabeça de quem entra lá só prá ver e tirar fotografia. Sem noção...
Como isso pode ser fashion?

Cristo Redentor. O cara tava de mau humor, mandou um legítimo fog londrino para homenagear nossos colegas ingleses e foi a estrela da visita: só se via ele. Nosso protesto foi pelas costas, que ninguém é maluco de afrontar o cara...
Apesar do nevoeiro, rogai por nós!



Turista de carteirinha - parte 1

Turista depois de uma certa idade tem que ter a capacidade de reconhecer suas limitações: é meio desorientado, pode se perder, essas coisas. Como eu e a Iara Bravo já temos essa certa idade resolvemos fazer um passeio guiado. A coisa é mais tranquila, mais fácil e sem atropelos. Vamos com a Vip Van, que de vip só tem o nome e o preço... mas é uma torre de Babel: dois ingleses, dois alemães, dois americanos, seis argentinos e dois brasileiros (adivinha!). Ah, faltou o guia, um tanzaniano que falava inglês com sotaque dinamarquês e espanhol com sotaque francês. Que Marravilha! Viva a globalização! 
Depois de um tour por alguns lugares interessantes da cidade, como Lagoa Rodrigo de Freitas, sedes do Botafogo e Flamengo, Palácio do Catete, Jardim Botânico, etc. visitamos o Sambódromo e o Maracanã - que está em obras, mas dá para ficar num local seguro e fazer umas fotos. 
O Botafogo é deprimente: vive só de história, parece um clube médio do interior do Rio Grande do Sul. 
Muro do Botafogo: que coisa...

O Flamengo é só balaca: tem uma estrutura bonitinha por fora, mas é uma coisa triste por dentro. Encontra-se em estágio de desmonte, fechando departamentos e dispensando atletas e funcionários.
O Maior Balaqueiro do Brasil

Já o Sambódromo dá vontade de uma coisa só: desfilar. Até quem não gosta de samba e não é bom sujeito se arrepia com aquilo. 
Grêmio Recreativo e Escola de Samba Amigos dos Bravos... nota 10!

E o Maracanã nos dá uma certeza: se aquilo ficar pronto, mas pronto meeesmo - não meio pronto que nem certas Arenas - até a Copa das Confederações, Deus é brasileiro!
Vai ficar bonito, se ficar!

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Gentileza gera gentileza.


José Daltrino (1917-1996) ficou conhecido como Profeta Gentileza no Rio de Janeiro do final do século XX. Admirado por muitos e temido por outros tantos, Gentileza ficou famoso por suas pregações e, principalmente, por encher as pilastras do viaduto da Av. Brasil com inscrições em verde-amarelo com suas críticas ao mundo. A quem o chamava de maluco, devolvia: "Sou maluco para te amar e louco para te salvar."


Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. A eliminação das inscrições foi criticada e posteriormente com ajuda da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, foi organizado o projeto Rio com Gentileza, com o objetivo restaurar os murais das pilastras. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.



Atendimento é tudo.

A faixa de areia é larga, o sol é forte e a areia é quente. O quiosque, lá na beira da avenida, fica mais longe quando dá mais trabalho buscar uma cervejinha ou um petisco. Uma ajudinha criativa vem bem: uma prosaica mangueira, com micro furos borrifando água na areia cria uma caminho fresquinho para o cliente. O pessoal que se acha entendido chama isso de marketing com foco no bem estar do cliente. O cara que colocou a mangueira nem sabe o que é marketing... mas tá fazendo a diferença!

Terra de ninguém

O Rio de Janeiro é um lugar de contrastes. Enquanto algumas iniciativas são dignas de aplauso, sejam elas públicas ou privadas, uma parte da população trata o espaço público como propriedade privada. Ou pior, como terra de ninguém. Não há local para estacionar veículos, ou melhor onde não estacionar. Rótulas, esquinas, calçadas, vale tudo. E este comportamento independe de status ou classe social. Carros fora de linha ou importados, por exemplo, praticam as mesmas infrações. E a sociedade como um todo que se dane.
O poder econômico e seu pressuposto cultural...
...também tem descaso com o direito de todos.


O cara

O cara tava no mesmo lugar que eu, o Windsor Atlântica Hotel. Quer dizer, eu tava do outro lado da rua, no Condomínio Vertical Sensoo, mas é quase a mesma coisa. O fato é que o cara em questão, Usain Bolt, tremeu na base! Deu uma corridinha de 150m e foi embora para não encarar... frouxo!
Largou fincado...
 A única diferença entre nós era mesmo a localização. Mas aposto que meu hotel era bem mais movimentado que o dele...
Bolt estava aqui...
 ...eu estou neste prédio aqui!