sexta-feira, 18 de março de 2011

Montmartre: mais perto do céu.


Após o almoço nos deslocamos até Montmartre para visitar a Catedral de Sacre Coeur, o Sagrado Coração. O tempo fechou bastante e o frio aumentou. Não se chega até a catedral de ônibus. Somos deixados ao pé do monte, de onde empreendemos uma caminhada de aproximadamente 20 minutos até o topo. As ruas são estreitas, ígremes, com casas no alinhamento da calçada, deixando passeios também estreitos. Há muita gente visitando o local e, diferentemente de Versailles e seus enormes jardins, os espaços são exíguos, o que torna tudo mais complicado. Para ajudar, começou uma garoa fina, daquelas que avisam não ter hora para acabar. Diferentemente dos outros locais, somos avisados que o interior da catedral não pode ser filmado nem fotografado, o que pareceu estranho. Por que? Ao ingressarmos no templo descobrimos porque: praticamente sem iluminação natural, com pouca luz artificial, o ambiente é pesado, quase sinistro. Há muita gente orando na nave principal e nas várias capelas laterais. A falta de iluminação impede a filmagem e, se houvessem flashes, os frequentadores seriam perturbados em sua meditação. À entrada, um aviso do segurança, quase uma ameaça, dirigido a mim, com um sinal apontando para sua cabeça, dita em uma só palavra: respeito. Ele queria que eu tirasse o boné. Para todos, o mesmo sinal: o dedo sobre os lábios, uma ordem: silêncio. Foi muito interessante ver aquela multidão caminhando dentro da catedral, circundando a nave central completamente calada. No final da caminhada, ainda dentro da igreja, havia uma loja de souvenirs e quadros da visita do Papa João Paulo II ao local. Toda a ritualística, desde a subida pelas ladeiras, um ato de sacrifício, o tour pelo interior até a saída da catedral, um ato de contrição, deixaram a impressão de que tínhamos, de alguma forma, estado por alguns instantes mais perto do céu.



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