Algumas peculiaridades (se poderíamos chamar assim) do comportamento francês nos chamam a atenção. A primeira é a educação: sempre foi dito que o parisiense, em especial, é mal educado com estrangeiros, talvez fruto das sucessivas invasões que sofre desde os tempos medievais, passando pelas guerras modernas e terminando nos turistas de hoje. Isso não deixa de ser uma verdade, mas diria que é uma meia verdade. Apesar de visivelmente incomodados, nota-se na maior parte das pessoas um certo esforço em tratar bem os turistas. O restante, esse sim, é mal educado mesmo, como de resto no mundo inteiro.
Entretanto, quando falamos de cultura, percebemos que no Brasil, por exemplo, há um longo caminho a percorrer. Ok, você vai dizer que enquanto andávamos pelados e mal conhecíamos o fogo, os europeus já tinham mil anos de história como civilização, produzindo arquitetura, escultura, pintura e música. Mesmo assim, é difícil conviver (e aceitar) certas diferenças.
As crianças francesas, por exemplo, são educadas para absorver a cultura e a história como parte de sua formação. Não como se aprende matemática ou biologia. Para elas, se conta a história, de maneira lúdica e divertida, tornando esse conhecimento um prazer a ser compartilhado.
Atentemos ao cenário onde acontece: o grupo está no Museu do Louvre, frente a uma série de esculturas da antiga Roma, onde ouvem, extasiados, as histórias da História. Os franceses aproveitam-se dessa logística (ter a posse da história) para criar uma cultura de conhecimento. E quem conhece seu passado sabe melhor traçar os rumos do seu futuro. Não o futuro de um povo ou de uma nação, mas o futuro da Humanidade. Acho que Sérgio, nosso guia, também andou por aqui há muitos anos atrás, quando também tinha essa idade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário